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Retalhos de mim: Entre o desejar e o ser

  • Foto do escritor: Mystika Ai
    Mystika Ai
  • 5 de mar.
  • 2 min de leitura

Entre teorias e experimentações

O querer é mutável.

Hoje sou fruto do que aprendi,

do que vivi e do que destruí.

Mas sigo em constante transformação.


Coisas que antes se encaixavam

agora não fazem mais sentido.

Há outras que ainda não consigo soltar,

e dúvidas surgem: será que realmente desejo?


Eu sou essa metamorfose.

Há coisas que almejo experimentar,

uma ou duas doses talvez bastem.

Outras, vou querer mergulhar de cabeça,

embriagar-me até enjoar.


Só posso me afirmar pelo que quero agora,

pois amanhã posso perceber

que aquilo já não me pertence.

Essa inconstância me soa egoísta,

contraditória,

mas é o que parece fazer sentido hoje.


Há teorias que defendo,

mas que na prática ainda não consigo viver.

Hipócrita? Talvez.

Mas seria cruel prometer

o que não sei se vou desejar.


O que sei é o presente.

Tenho ideias para o futuro,

mas talvez sejam apenas devaneios,

pensamentos que se dissipam ao vento.

Só o agora existe.


Agora, sou um amontoado de fragmentos,

uma colcha de retalhos

onde passado e presente se entrelaçam,

e fios soltos esperam

o que está por vir.


Nem sinceridade posso prometer.

"Se minto para mim,

imagine para você, meu bem."

Mas prometo tentar.

Às vezes com determinação,

outras, a passos lentos,

exausto dos percalços da vida.


Isso até parece votos de casamento.

Talvez eu ainda esteja apegado a essa ideia de amor romântico,

mas finjo que não acredito.

Uma parte de mim ainda guarda esse sonho.

Que vergonha.


Preciso parar de enganar a mim mesmo

e aceitar todas essas contradições,

para entender o que faz sentido manter

e o que consigo transformar.


Entre o desejar e o ser,

há nuances infinitas.

Não existe um botão que muda tudo da noite para o dia.

São peças para encontrar,

limpar e remontar.


Fechar para balanço? Ilusão.

A vida acontece no movimento,

na divagação.


O ato de amor mais responsável que posso fazer

é ser sincero sobre meu caos

e dar a você a escolha

de adentrar ou não meu turbilhão.


Então, se você estiver bem com essa colcha de retalhos

meio gasta,

você me daria um pedaço seu

para juntar com os meus?

"Me dá um caco do seu amor,

aquele lascado, quebrado,

que você nem lembra mais como se perdeu."

Quem sabe esse amontoado

possa aquecer nossos corações

e nos fazer esquecer, por alguns instantes,

os percalços da vida.


Nota:

Este poema teve algumas partes inspiradas em trechos das músicas de Baco Exu do Blues -Me Desculpa Jay Z ("Se minto para mim, imagine para você, meu bem") e Luedji Luna - Lençóis ("Me dá um caco do seu amor, aquele lascado, quebrado, que você nem lembra mais como se perdeu").

 
 
 

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